[caption id="attachment_312" align="aligncenter" width="300" caption="Foto: Pearlzenith / Flickr"][/caption]
"Por que estás me seguindo?"
"Não estou te seguindo. Esse é o meu caminho. Pelo jeito, é o mesmo que o teu."
"E como sabes que é meu caminho? O que sabes de mim?"
"Nada sei de ti. Apenas ando por aqui. É meu caminho, como te disse. Pensei que também fosse o teu."
"Se é ou não, é algo que não te diz respeito."
"Tudo bem."
"Não gosto disso. Não gosto que tu andes atrás de mim."
"Se quiseres, posso passar na tua frente. Ou ir a teu lado."
"E por que irias ao meu lado? Não te conheço!"
"Porque vamos pelo mesmo caminho, ora. Podemos fazer companhia um ao outro."
"É para rir. Não quero a companhia de um desconhecido. E não quero mais te ver por perto. Chega de conversa. Vai embora! Desaparece!"
O estranho sumiu. E voltou o homem a seu trajeto.
De vez em quando se voltava, para ver se o estranho tinha retornado, mas não. Estava só, como tinha exigido. E sozinho rumava por uma trilha cada vez mais penosa, cercado pela noite cinza e gelada, acompanhando apenas pela detestável sombra das árvores nuas.