"Quem é você?"
"Sou a sua Solidão", respondeu a voz. "Não pertenço a mais ninguém. Só você me conhece e só a você me farei conhecer."
"Mas eu não te conheço. Nem vi você chegar."
"Foi você quem me convidou."
"Se quiser, pode ir embora."
"Hmmm, ainda não. Vou ficar aqui por um tempo, acho."
"Mas não tenho nada para você aqui. O que você espera de mim?"
Não houve resposta.
O silêncio foi longo, impenetrável. Por anos e décadas ele aguardou que a Solidão fosse embora, escutando com cuidado na escuridão. Nenhum som fazia-se ouvir.
Não percebia, mas estava só o tempo todo.