domingo, 10 de março de 2013

Um sonho: lua minguante

Sonhei que estava numa cidade desconhecida. Era uma espécie de imensa praça ou passarela, pavimentada com paralelepípedos, onde pessoas sentavam em cadeiras de madeira para beber, conversar, interagir. Eu estava sentado com algumas pessoas; não lembro quem eram nem de seus rostos. Tinha ficado muito tempo com essas pessoas e bebido um bocado; estava ligeiramente bêbado quando me levantei e fui embora. Quando me despedi, porém, já estava sozinho.

Engraçado que, de tantas coisas possíveis, eu me lembre da lua. Uma lua minguante imensa, cercada de nuvens de chuva que se dispersavam, embora eu mesmo não lembrasse de chuva alguma. Era uma lua que brilhava forte, quase ofuscando a vista quando, admirado, parei para contemplá-la. E foi quando percebi que tinha esquecido minha mochila no lugar onde estava antes, a beber e conversar com pessoas invisíveis.

Tentei retornar o mais rápido possível, temendo que ela fosse roubada - mas, como em todos os sonhos, uma força desconhecida e imaterial me impedia de acelerar o passo. Pelo contrário: eu andava cada vez mais devagar, os passos pesados, as pernas movendo-se em câmera lenta e só com muito esforço. Depois de longo tempo, cheguei na tal praça de paralelepípedos: a mochila estava lá, caída a um canto. Tentei acelerar em direção a ela e, é claro, não consegui. Foi quando vi mãos se estenderem em direção à mochila, que estava tão longe e agora estava do meu lado, sendo estendida para mim. E uma voz feminina disse: é tua, não é, eu sabia que era tua, guardei para ti. Balbuciei um "obrigado" e acordei.